quarta-feira, 30 de julho de 2008

Salada Mista

“Que salada mista hein rs... A idéia de utopia é até simples né...”

As idéias das coisas normalmente são simples... a grande maioria. Nós, em que nossos devaneios diário, fazemos questão de batê-los no liquidificador e achar que vai sair algo de bom. E sai ? ... comigo raramente. Mas às vezes sim.

Eu acho que o bom escritor é aquele que consegue atingir o maior número de pessoas com a mesma idéia. A diferença na verdade é em escrever algo pros outros ou pra gente.

O texto “Amor.. esse sentimento utópico” não foi feito pra você nem pra ninguém. Foi feito pra mim. Não saiu da cabeça.. saiu do coração.

“e eu, sinceramente não misturo esse conceito (de utopia, N.A.) com sentimentos, não vejo o porquê.”

Mas por que não ? sempre que escrevemos algo deve existir um porquê ? Saiu do coração. Não existe uma regra. Mas mesmo assim explico: utopia quer dizer, do grego, a sociedade ideal. No seu uso mais comum, a igualamos como perfeição. Perceba que ideal não é igual a perfeição; é simplesmente ideal. Então quando falo do amor utópico, estou falando do amor ideal. E repito : por que não falar do amor ideal ? Aliás amor e ideal pra mim são duas palavras muito próximas.

“o amor é condicional, mas de vez em quando (raramente) é incondicional?”

Nesse dia, resolvi conceituar amor. E o fiz, em outro devaneio, perdido numa caixa qualquer. A conclusão foi que o amor deveria ser um sentimento incondicional. Trato por incondicional algo que não depende de condição para ser executada. Se o amor entre duas ou mais pessoas existisse continuamente, qualquer desentendimento seria compreendido e perdoado. Digo desentendimento porque não passaria disso. No amor incondicional, você não faria mal a outra pessoa; por isso seria perdoado posteriormente.

Então vivemos em um amor condicional. Onde dependendo das atitudes do amado, ele acabará de uma vez ou ao passar das luas. Vivemos um amor condicional, no qual o ódio ou desconfiança o vence facilmente. Condicional ao ponto de fugir, perder amigos por ele. Condicional ao nosso emocional.

“mas de vez em quando (raramente) é incondicional?”

Sim. O amor (incondicional) é um momento. Por isso que digo.. o amor raramente é incondicional. Porque julgo que esses momentos são raros. Quantas vezes nos pegamos pensando algo do tipo: “por você, eu dormiria de meia pra virar burguês..” ? Só com o Barão.

(Aqui caberia encaixar o conceito de egoísmo. Mas o deixo para outra oportunidade)

Afinal...tem "dois amores"?

Não! O amor é um só. Segundo eu mesmo é o amor utópico. O amor que julgo sentir, deveria ter outro nome. Mas não tem. E isso nos mata...

Um comentário:

André disse...

Pra variar...uma empacada filosófica de início: utopia. Para pelo menos falarmos a mesma língua, consultemos o Dicionário: "utopia = algo que de tão perfeito é irrealizável, inatingível, fantasia, devaneio, ilusão (até porque a sociedade grega utópica nunca existiu, justamente por isso que inventaram um nome pra isso)". A definição no "uso mais comum" que você utilizou estaria mais de acordo com uma enciclopédia.

Tenho uma leve impressão que estamos falando a mesma coisa, só que existem alguns problemas de nomenclatura...rs

Primeiro quando eu disse que não misturo o conceito de utopia com sentimentos foi porque na minha inocência eu não tenho a pretensão de achar que nunca vou me sentir de um jeito ou de outro, até porque é impossível saber.

Agora quanto ao "amor ideal", sinceramente é bem próximo ao que eu chamo de "amor". Jamais vai caber uma discussão para definir amor né...pelamordedeus... Mas só pra constar, se é condicional eu não chamo de amor. E nisso inclui-se quando é incondicional só de vez em quando...ou é condicional ou não é(ponto).

"O bom escritor é aquele que você gosta de ler." (André Filho)